quinta-feira, 19 de março de 2009

Apenas ser

Sou o barco da minha vida.
Ando à deriva num sorriso de marés
Rumando para o tempo que o destino concede.
E, porém, em sonhos desmedidos,
Sou o sol que se põe quando namora o horizonte,
As ondas da minha alma existindo, simplesmente,
Como ruído silencioso que não me deixa adormecer.
Mas, a noite chega de mansinho
Com as minhas velas a esvoaçar ainda.
Sentem que a lua é para mim o reflexo
Do que posso vir a ser amanhã.
Percebo, entao, que o sorriso
Se manterá,
O sol será eterno amante do horizonte,
O luar será a minha salvação.
E, aqui, onde sou tudo
Voo com a brisa, que passa
Pois que outra coisa sou que não homem
E onde o sou é a minha casa!
Cristina Serra



sábado, 14 de março de 2009

A SOMBRA



Nesta vida efémere respiro
Como num sonho que outrora vivi
Sôfrego, magoado, arrítmico
“Não desesperes! Apenas…sorri!”
Oiço vozes silenciosas
Acarinhando, rogando, maltratando
Toda essa passagem da noite.
Revolto e volto no suor do lençol
Nada passa sem tocar em mim
Grito, magoo e
Enlouqueço e choro
Porque no sonho me cravam de balas
Porque o sonho me sufoca, até
E simplesmente…Paro!
Sinto algo a pousar em mim
Uma névoa com pormenor de espelho
Visualizo silhuetas, cores, texturas
Toco em algo frio…
ACORDEI.
O sonho é uma sombra…
Mas não a minha.


Cristina Serra

sexta-feira, 6 de março de 2009

Como bom chocolate



Toda a gente que me conhece minimamente sabe que, independentemente do que quer que seja, devoro livros como se fosse chocolate a derreter-me na boca, qual prazer da minha alma! E de facto, se pensarem bem (e este pormenor é mais para os amantes das tabletes e dos bombons =D) não é divinal sentir aquela pasta de cacau a desvanecer, a deslizar pela nossa garganta, um deleite de outro mundo?!

É assim que me sinto, então, quando mergulho de cabeça nas páginas de um bom livro. Chamem-me tolinha, parva, fastidiosa... Não interessa! Posso aventurar-me em policiais ou em qualquer outro género literário, mas o romance há-de ser sempre a minha eleição. Quando lemos, as palavras que se projectam nos nossos olhos sofrem uma transformação, e daí podem resultar várias situações:

  1. Imaginamos toda a acção, como se tivessemos a realizar o filme homónimo do livro;
  2. Começamos a pensar na nossa vida, do que nos falta, do que poderia ter sido se...
  3. Sentimos inveja das próprias personagens ou até sofremos por elas;
  4. Revemo-nos na história, ainda que não tenha muito a ver com a nossa.

Enfim, poderíamos nunca saír daqui.

A propósito disto, li Crepúsculo em dois dias... Nada de mais, o tempo. Mas, de facto, gostei. Não! Adorei, simplesmente! E voltem a dizer "Eh pá, és tão tona!". Eu acredito, podem crer! :D

Crepúsculo é um romance, daqueles que eu tanto gosto. Não vou estar agora a dar pormenores, senão estragava a leitura a quem ainda não lhe pôs a vista em cima. Mas...Derreteu-me. Como se fosse eu chocolate! Ahah! Do branco, talvez!

O amor, o desejo de a proteger, mas ao mesmo tempo, a vontade de possuir o seu sangue, a luta, a compreensão e, no fim, a entrega total...

Yack! - dizem eles e as elas com a cabeça mais assente na Terra.

Leiam! Porque ler é como um bom chocolate: faz-vos bem à alma!